O Real by Casa da Calçada, no Porto, afinou o rumo, celebra a cozinha tradicional portuguesa e conta por estes dias com a equipa da casa-mãe amarantina.
Os 400 metros quadrados do espaço que em tempos acolheu o café Garça Real, ao virar da esquina do Rivoli, viram chegar no final de 2021 um descendente portuense da amarantina Casa da Calçada. À nova etapa então iniciada aplicou-se agora uma afinação de rumo e eis o capítulo mais recente do Real by Casa da Calçada. O restaurante acentua a aposta na “raiz portuguesa, na memória, na cozinha de conforto”, conforme descreve Manuel Leite, diretor-geral do grupo Casa da Calçada.
Uma boa notícia é que a decoração do Real, da autoria de Paulo Lobo, todo um universo de verdes e castanhos, veludos e luzes quentes, num espaço reservado cuja claraboia lembra a quantas andamos, ressurgiu inalterada. A este ingrediente adiciona-se a intenção de “simplificar o que tínhamos antes”. Isto é, “produto simples, matéria-prima de qualidade”. A renovação também chegou à cafetaria: agora há uma “oferta mais saudável”, com enfoque no reforço do brunch.
Agora e nos próximos tempos, a equipa do Real by Casa da Calçada é a equipa do Largo do Paço da Casa da Calçada. O empreendimento fechou para obras profundas, não sendo crível que reabra antes do final de 2024. Em Amarante, afirma Manuel Leite, “o objetivo é recuperar a estrela no guia [Michelin] de 2026”.
Entretanto, com a nova versão do Real chega um menu de sugestões de almoço, com propostas de duração semanal a preços mais baixos (18 e 21 euros), que assim se junta ao serviço à carta. Sugestões de navegação? Não finte o couvert, de constituição simples e eficaz: pão de trigo de fermentação natural, broa de Avintes, manteiga Marinhas, um vigoroso azeite virgem extra Quinta do Noval.
O carapau de escabeche, na equipa das entradas, é não menos do que magnífico (o peixe chega à Baixa vindo de Matosinhos). Não menos de antologia é a feijoada de línguas de bacalhau, cremosíssima graças ao emprego de feijoca branca, grande e gorda. Nas sobremesas, há leite-creme queimado, leve e delicado.
Com uma carta de vinhos vasta à disposição, pode-se manter a atenção em Amarante e optar por um Quinta da Calçada Reserva, ótimo contraponto para refeições mais encorpadas.
Notícia Publicada em: Evasões
Por: João Manuel Lopes